segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Banalidades...

Domingo eu e a Nayara nos apresentamos, com direção da Camilla Carvalho, nas satyrianas.

Confesso que deu MUITO frio na barriga saber que haveria alguém lá, para escrever sobre a peça.

Parte desse medo era pelo fato do texto ser meu, confesso.

Mas ta aí, curti:


Terceiro vestido de noiva do dia, vamos lá...

Por Luiza Novaes

28/11- 2h30 Mini Teatro

Banalidades do Amor Perfeito

Direção: Camilla Carvalho

Trança no cabelo, e o sutil toque em sua própria vestimenta, mesmo antes do início declarado pelo último som advindo do piano.

Nós, resolutos espectadores não estamos preparados para ouvir o outro. Ficamos satisfeitos com nosso próprio prólogo.

Sonhos, realidades e memórias estão entrelaçadas e ao mesmo tempo indisponíveis para a contradição que vemos de nós no espelho. Duas caras, duas cores, duas noivas.

“É um jogo? Que lugar é esse?” O espaço é clareado, um galpão, trancadas, vamos debater com as meninas o que se tem a perder, em estarmos vivos.

Os pés descalços... Olhar para dentro sempre é uma procura do que não existe. E a busca da liberdade é sempre coisa de estado de espírito. Frase que poderia ser sartriana. Não errei! De Sartre!

Todo mundo sempre tem um final feliz, fazer as coisas até o fim, mas não quem ainda não sabe precisamente o que quer... O que se procura? O gato de Alice não responde o que você deseja, quando estamos perdidos procuramos qualquer coisa, mas o gato só responde o que precisamente se busca.

“ Eu me sinto uma personagem o tempo todo, como se tivesse que interpretar o tempo todo, eu pensei que fosse assim com todo mundo.”

A nossa discussão central aqui é o maior clichê de todo o mundo... Dizia a noiva, do outro lado... Enquanto sua parceira pensava... parece que você já planejou cada uma das palavras.

Afinal o que nos difere dos animais é o egoísmo. Será? Ou o que nos difere dele é a vontade... Me questionava?

Não são“Só as cinzas são eternas...” Me perdõem a redundância... Somos eternos por que queremos que os outros saibam que nossa ínfima existência necessita de algum tipo de sentido. Acho que é isso!

Me questionaram por lá: “ Você é branca? Negra? Ou vermelha sangrenta?”

E somente o sangue fará acordar do real da morte.

Fonte: http://antroexpostodialogos.blogspot.com/

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