quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Saudades da casa da vó

Eu nunca entendi bem o que era sentir saudades da casa da vó.

Desde que nasci moro há poucos metros de distância da casa dos meus avós. E lá é um universo paralelo, como deve ser para todos os netos.

Mesmo os anos se passando, eu crescendo, meus avós envelhecendo, acho que nunca parei pra pensar que deveria dar uma atenção redobrada a eles agora, na velhice mais severa.

Há mais ou menos um mês então aconteceu: meu avô faleceu.

Estou bem, compreendi bem, preferi vê-lo descansando que sofrendo, como estava nos 15 dias de internação que aconteceram antes do fato.

Por que o texto então?

Há sim algo que me faz ficar mal...eu mal posso me lembrar a última conversa que tive com meu avô, era sempre oi e tchau, sempre na correria, de um ensaio para outro, de uma aula de canto para uma apresentação.

E ele alí, há poucos metros....e mesmo fazendo tão pouco tempo que ele se foi, eu sinto que o perdi há muito mais tempo.

Não me arrependo de nada, só penso agora que subestimei a natureza.

Sinto saudades da casa da minha vó, mesmo estando sentada no sofá dela nesse momento...mas a geladeira já não é tão cheia de bobagem como antes, a cozinha não está inundada pelo som do radinho dele, os passarinhos não cantam mais, e principalmente, o lugar dele no sofá está vazio.

A casa ainda está aqui, minha vó, propriamente dita, está aqui, mas algo mudou, e sem querer comparar e medir dores, mas dói demais perder algo que tecnicamente ainda está aqui.

domingo, 26 de junho de 2011

A gente nunca cresce

Tenho vinte e três anos.
Respiro e penso teatro de segunda a sábado. E alguns domingos.
Vejo amigas casando, tendo filhos.
Escrevo peças, ouço composições, penso projetos.

Enfim, no geral sou gente grande, vivo e amo minha profissão.

E aí, quando tudo parece ótimo e indo bem, acontece algo comum para a maioria das pessoas. Não para mim, que tento evitar tal fato a todo custo.

Acho que estou apaixonada. Gostando, sei lá. Por um cara que eu já amo, como amigo.
E estou confusa, e enciumada, e paranóica, e adolescente.

Eu não gosto de me apaixonar, porque eu não gosto mesmo das partes que todo mundo acha uma delícia. Eu sofro, eu sou intensa, eu sou meio louca assim mesmo.

E ele é pior, bem pior.

Gosto de me sentir "gostada", desejada.

Mas não gosto de como as coisas vão indo.

Eu estou num momento onde relacionamentos amorosos são bem difíceis de se encaixar, mas que se relacionar não necessariamente signifique namorar.

Enfim, no coração a gente não manda, mas não tem desculpa não ser racional.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

éramos dois

os sorrisos cumplices, os abraços que queriam dizer mais, os dedos entrelaçados timidamente. ah, também haviam as brigas, o ciúmes, a falta de paciência na hora de ouvir. e então vinham novamente os suspiros, e a batida que falhava quando ele entrava pela porta. para ela eles sempre foram dois. para ele seriam sempre um mais um. o problema é que eles já não se bastavam.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre Cisne negro

Eu gosto de acompanhar o Oscar. De ter meus favoritos, torcer.
Bobo, é verdade, a gente sabe que o Oscar há anos não é mais a mesma coisa.
Aí que pra torcer você precisa conhecer.

Eu amo a Natalie Portman desde Closer, que tem tantos significados pra mim quanto se pode ter. Ou seja, muitos.

Exatamente com essa visão de fã, e relativamente parcial que eu hoje fui ver Cisne Negro.

Confesso que apesar disso eu ouvi algumas coisas durante a semana que estavam me deixando curiosa demais sobre qual seria minha reação. Algumas pessoas relataram pânico, terror psicológico, sexo desnecessário e apelativo.

Pois bem.

Cisne Negro fala antes de mais nada de arte. Da maneira mais visceral e "stanislavskiana". Até que ponto o artista precisa se entregar, como saber onde fica a linha invisível entre a sanidade e a loucura? Todas as alucinações e "sustos" me deixaram angustiada...porque era angústia atacando mental e fisicamente. Até podia ser terror psicológico, mas não para Nina, mas para nós, que angustiados conseguíamos ver ela atravessando a tal linha sem olhar pros dois lados.

Agora, é engraçado como sexo sempre é tratado como apelativo, desnecessário. Sexo homossexual então, queimem as bruxas!

Nina era um poço de traumas e complexos. Isso refletia desde a aspectos comuns da vida adulta, como relacionamento com o outro, até em sua arte. Ela sabia a técnica melhor que qualquer uma alí, mas nenhuma escola ensina a sentir. E que artista pode ter medo de sentir?

Ao quebrar uma barreira, um bloqueio, talvez ela tenha se perdido. Até que ponto acho que nunca vai ficar claro.

Ela sentiu, foi perfeito, e eu apesar de ter deixado algumas lágrimas caírem senti o choro preso na garganta. Como se eu não pudesse chorar o que eu não compreendia.

Natalie Portman é minha candidata, e parcial ou não, esse foi um dos melhores filmes Hollywoodianos que eu vi nos últimos anos.

E como diria minha amiga Fabi Ribeiro, quem é rococó não nega.

sábado, 29 de janeiro de 2011

X Japan no Brasil

Fontes me garantiram que é verdade.
Vou esperar.
Até lá, Yoshiki ainda é uma das maiores inspirações da minha vida, e um dos meus grandes sonhos é poder dizer isso um dia pra ele.
Acho que saber que se fez a diferença na vida de alguém deve valer todo esforço, e ele com certeza fez na minha

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz 2011

É, o ano acabou.

Bem, esse ano foi muito bom, eu não tenho do que reclamar.

Aliás, eu só espero que 2011 seja ainda melhor, e só isso já é muito.

Vou continuar trabalhando, correndo atrás de tudo que me é importante.

Eu queria muito, mesmo, escrever um texto fazendo uma retrospectiva, mas estou com preguiça e o momento já passou.