domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre Cisne negro

Eu gosto de acompanhar o Oscar. De ter meus favoritos, torcer.
Bobo, é verdade, a gente sabe que o Oscar há anos não é mais a mesma coisa.
Aí que pra torcer você precisa conhecer.

Eu amo a Natalie Portman desde Closer, que tem tantos significados pra mim quanto se pode ter. Ou seja, muitos.

Exatamente com essa visão de fã, e relativamente parcial que eu hoje fui ver Cisne Negro.

Confesso que apesar disso eu ouvi algumas coisas durante a semana que estavam me deixando curiosa demais sobre qual seria minha reação. Algumas pessoas relataram pânico, terror psicológico, sexo desnecessário e apelativo.

Pois bem.

Cisne Negro fala antes de mais nada de arte. Da maneira mais visceral e "stanislavskiana". Até que ponto o artista precisa se entregar, como saber onde fica a linha invisível entre a sanidade e a loucura? Todas as alucinações e "sustos" me deixaram angustiada...porque era angústia atacando mental e fisicamente. Até podia ser terror psicológico, mas não para Nina, mas para nós, que angustiados conseguíamos ver ela atravessando a tal linha sem olhar pros dois lados.

Agora, é engraçado como sexo sempre é tratado como apelativo, desnecessário. Sexo homossexual então, queimem as bruxas!

Nina era um poço de traumas e complexos. Isso refletia desde a aspectos comuns da vida adulta, como relacionamento com o outro, até em sua arte. Ela sabia a técnica melhor que qualquer uma alí, mas nenhuma escola ensina a sentir. E que artista pode ter medo de sentir?

Ao quebrar uma barreira, um bloqueio, talvez ela tenha se perdido. Até que ponto acho que nunca vai ficar claro.

Ela sentiu, foi perfeito, e eu apesar de ter deixado algumas lágrimas caírem senti o choro preso na garganta. Como se eu não pudesse chorar o que eu não compreendia.

Natalie Portman é minha candidata, e parcial ou não, esse foi um dos melhores filmes Hollywoodianos que eu vi nos últimos anos.

E como diria minha amiga Fabi Ribeiro, quem é rococó não nega.

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