Desde que nasci moro há poucos metros de distância da casa dos meus avós. E lá é um universo paralelo, como deve ser para todos os netos.
Mesmo os anos se passando, eu crescendo, meus avós envelhecendo, acho que nunca parei pra pensar que deveria dar uma atenção redobrada a eles agora, na velhice mais severa.
Há mais ou menos um mês então aconteceu: meu avô faleceu.
Estou bem, compreendi bem, preferi vê-lo descansando que sofrendo, como estava nos 15 dias de internação que aconteceram antes do fato.
Por que o texto então?
Há sim algo que me faz ficar mal...eu mal posso me lembrar a última conversa que tive com meu avô, era sempre oi e tchau, sempre na correria, de um ensaio para outro, de uma aula de canto para uma apresentação.
E ele alí, há poucos metros....e mesmo fazendo tão pouco tempo que ele se foi, eu sinto que o perdi há muito mais tempo.
Não me arrependo de nada, só penso agora que subestimei a natureza.
Sinto saudades da casa da minha vó, mesmo estando sentada no sofá dela nesse momento...mas a geladeira já não é tão cheia de bobagem como antes, a cozinha não está inundada pelo som do radinho dele, os passarinhos não cantam mais, e principalmente, o lugar dele no sofá está vazio.
A casa ainda está aqui, minha vó, propriamente dita, está aqui, mas algo mudou, e sem querer comparar e medir dores, mas dói demais perder algo que tecnicamente ainda está aqui.
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