domingo, 26 de setembro de 2010

Carta aberta

Hoje eu preciso falar.

Amor não é cobrança. Casamento não é cobrança. Namoro não é cobrança.

Amizade também não. Ao menos, não deveria.

Eu detesto me sentir amarrada, acuada, ficar na defensiva.

Eu odeio muito o fato de ter que me explicar, quando não devo explicações da minha vida a ninguém (no máximo meus pais, e só enquanto eu morar e ter as contas pagas por eles).

Pelo amor de Deus, eu definitivamente não quero uma amizade assim: que suga tudo de bom e só deixa um gosto amargo.

Eu tentei, a todo custo, mas enquanto não houver uma mudança dispenso sua presença.

Eu só quero ao meu lado pessoas que me fazem bem. E veja bem, isso não quer dizer que eu fujo quando meus amigos estão mal, jamais.

Amigos são amigos quando estão lado a lado em todo e qualquer momento.

Mas isso acontece naturalmente, ninguém aguenta alguém que só te causa mal estar, ninguém quer ter alguém assim do lado, nem no momento mais feliz de todos.

São muitas lembranças, muitas coisas boas, mas nem tudo isso é capaz de pesar na balança.

Me faz mal, e faz tempo.

Eu não sei mais o que fazer, então vou fazer o que me deixa em paz: Tenho pessoas incríveis ao meu lado que me amam, e não me colocaram uma coleira para me manter cativa.

Alias, lembra do pequeno príncipe? Cativa-me.

Problemas todos temos, terapia a maioria de nós precisa, mas a minha formação é outra, e já dizia Heiner Muller: O meu drama já não interessa mais.

Com isso declaro oficialmente em hiatus nossa amizade: se encontre, se ame, compreenda o mundo ao seu redor, viva o presente, não hipervalorize o passado, e então quem sabe, tentaremos de novo.

Eu também cansei.

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