terça-feira, 20 de abril de 2010

Chuva de botões

Eu pensei no que escrever desde o começo.

Tudo tão inquietante, te obrigando a pensar, a ver, a sentir.

E aí eu percebi. Não há como descrever o cheiro da cera de vela queimada, o calor e as lâmpadas, ou todas as sensações. As impressões de cada um que preenchem exatamente o vão que sobra.

Sentidos e percepção, EMVÃO não é um espetáculo didático, nem possível de se degustar com apenas uma observação rasa, e única.

Logo, torna-se dispensável tentar traduzir em palavras as impressões que tive.

Ou não, talvez seja essa a minha maneira de digerir tudo que consumi, e demora quando não é tudo mastigado.

Opinião pessoal a parte, acho difícil sair do teatro e parar de pensar no que se viu.

Parte do que é arte é isso. reviver o que te foi passado, e por horas horas tudo que se sente é o que a peça te proporciona.

Outra coisa que eu gosto muito são metáforas, e como elas e o silêncio dizem tudo, e nada ao mesmo tempo.

Café ou chá, e eu me peguei pensando que a escolha possível ao fim do espetáculo podia ser mais do que isso.

E é loucura, ou talvez não, mas provavelmente sim.

O que eu gosto também é o conceito do antro estar exposto. ser levado a raiz do significado.

Mas, para finalizar, eu realmente penso que todos que tiverem a oportunidade de ver (ou rever, como farei muito em breve) EMVÃO deveriam fazê-lo.

Não lembro quem disse isso, mas de alguma maneira "Eu sou porque nós somos" é uma frase que me remete a essa noite de terça.


Tâmara Vasconcelos; atriz e jornalista. odeia o cheiro do café, bebe muito chá, e quando ninguém está olhando beberica na xícara alheia.

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