Eu pensei no que escrever desde o começo.
Tudo tão inquietante, te obrigando a pensar, a ver, a sentir.
E aí eu percebi. Não há como descrever o cheiro da cera de vela queimada, o calor e as lâmpadas, ou todas as sensações. As impressões de cada um que preenchem exatamente o vão que sobra.
Sentidos e percepção, EMVÃO não é um espetáculo didático, nem possível de se degustar com apenas uma observação rasa, e única.
Logo, torna-se dispensável tentar traduzir em palavras as impressões que tive.
Ou não, talvez seja essa a minha maneira de digerir tudo que consumi, e demora quando não é tudo mastigado.
Opinião pessoal a parte, acho difícil sair do teatro e parar de pensar no que se viu.
Parte do que é arte é isso. reviver o que te foi passado, e por horas horas tudo que se sente é o que a peça te proporciona.
Outra coisa que eu gosto muito são metáforas, e como elas e o silêncio dizem tudo, e nada ao mesmo tempo.
Café ou chá, e eu me peguei pensando que a escolha possível ao fim do espetáculo podia ser mais do que isso.
E é loucura, ou talvez não, mas provavelmente sim.
O que eu gosto também é o conceito do antro estar exposto. ser levado a raiz do significado.
Mas, para finalizar, eu realmente penso que todos que tiverem a oportunidade de ver (ou rever, como farei muito em breve) EMVÃO deveriam fazê-lo.
Não lembro quem disse isso, mas de alguma maneira "Eu sou porque nós somos" é uma frase que me remete a essa noite de terça.
Tâmara Vasconcelos; atriz e jornalista. odeia o cheiro do café, bebe muito chá, e quando ninguém está olhando beberica na xícara alheia.
terça-feira, 20 de abril de 2010
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